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Jesus quis que sua Igreja tivesse um centro de unidade no
Papa, um centro ao redor do qual se constrói a comunhão. Todos que se jogaram
insanamente contra o Papa caíram. Cristo quis essa rocha que garantisse a
solidez da fé de todos aos ensinamentos de Jesus, e essa pedra é Pedro, e
depois dele, está o Bispo de Roma e sucessor de Pedro que, hoje, é Bento XVI.
“Tu és Petrus!”. Assim, a Igreja Católica, hoje, depois de dois mil anos,
continua em perfeita continuidade com a Igreja apostólica. Temos a certeza de
que somos a Igreja das origens, somos a Igreja dos Apóstolos que atravessou os
séculos; e esta garantia vem do fato de que nós estamos com Bento XVI, com
aquele que Jesus quis como eixo e rocha da unidade da Igreja. Essa Igreja não
nasceu do povo nem da vontade dele, mas, como disse o Catecismo, “é um projeto
que nasceu no coração do Pai”.
A vida do Papa Bento XVI é integralmente sacerdotal; sua
vocação despertou em idade muito jovem, sua formação no seminário foi
interrompida somente pelas dramáticas experiências da guerra; foi ordenado aos
24 anos de idade, junto ao seu irmão mais velho e a um forte grupo de jovens
bem provados na fidelidade a Deus e à Igreja.
Eles tinham modelos como o jovem sacerdote, o beato Alojs
Andritzki, assassinado aos 31 anos em Dachau, em 1943, que disse: “Não
esqueceremos, nem sequer por um instante, do nosso sacerdócio”. Bento XVI segue
o caminho desse mártir, pedindo que o exemplo da sua humildade e fidelidade,
alegre no serviço de Deus, seja um estímulo para o nascimento de novas vocações
e para a santidade de todos os sacerdotes.
Hoje, queremos rezar pelo Papa, cercá-lo de carinho e lhe
dizer: “Nós o acompanhamos com as nossas orações, o senhor continua sendo a
Rocha sobre a qual Jesus constrói, também hoje, a sua Igreja”.
O Papa Bento XVI empolga o mundo com sua vasta cultura. São
milhões de católicos e não católicos que leem e estudam seus livros. Os
teólogos ressaltam a profundidade de sua interpretação das Escrituras, trazendo
para a vida de hoje orientações seguras sobre a verdade revelada. Com ousadia e
lucidez ele denuncia os “assassinos da verdade”, os propagadores da “ditadura
do relativismo”, que tudo destrói.
É o Papa de uma firmeza teológica que sempre o distinguiu.
Ele é “sadiamente moderno”, sem se deixar levar pela mídia ou pelas ondas de
cada momento. Denuncia com coragem os erros e os pecados do nosso tempo, como
fazia também João Paulo II. Suas encíclicas enfocam, de maneira admirável,
todos os problemas atuais. Ele continua, de forma incansável, mesmo aos 85
anos, o grande e belo trabalho de João Paulo II: suas viagens apostólicas, suas
encíclicas, sua luta pela dignidade humana, sua defesa da fé pura e católica,
suas catequeses, seu amor a todos os homens. Bento XVI é o Papa que Deus
preparou para a missão de estar à frente do Seu rebanho nos primeiros anos
deste novo e difícil milênio, que rejeita Deus e que O quer expulsar da
sociedade. É um Papa que sabe enfrentar os desafios intelectuais e culturais de
hoje, centrado em Cristo, na Palavra de Deus, nos documentos do Concílio
Vaticano II e na proposta de uma Nova Evangelização, com novo ardor, novos
métodos e nova expressão, pedida por João.
Sua colaboração foi e é decisiva para a Igreja. Junto com
João Paulo II –de quem o atual Pontífice foi auxiliar durante 25 anos – ele
impediu que aspectos meramente sociológicos prevalecessem na Igreja e a
transformassem numa mera ONG. Eles não permitiram que a Igreja perdesse sua
identidade entre as modas das correntes filosóficas contemporâneas. Eles
souberam mostrar e defender que a mensagem cristã é a única verdadeira força de
libertação, sua postura firme nas discussões conciliares.
Bento XVI, hoje, grita ao mundo o “Kerigma”: a salvação só
pode advir do Evangelho, não da filosofia ou da ciência, seja ela qual for. Ele
mostra claro que a pobreza, a fome, a sede, o abandono, a solidão, o amor
destruído, tudo isso é fruto do “afastamento de Deus”.
No seu livro “Luz do mundo” ele disse: “Que o homem está em
perigo e que coloca em perigo a si mesmo e ao mundo, hoje é confirmado também
por dados científicos. Pode ser salvo se em seu coração crescerem as forças
morais; forças que podem brotar somente do encontro com Deus. Forças que opõem
resistência”. A sólida cultura de Bento XVI apresenta ao mundo uma sabedoria
que não se dobra diante do positivismo e do ateísmo, nem de um modernismo
enlouquecido. Hoje, ele é como disse São Francisco: “o arauto do grande Rei; a
trombeta do Imperador divino”. Rezemos pelo Papa. Que o Senhor, na Festa da
Divina Misericórdia, conceda-lhe as graças necessárias para conduzir o rebanho
que Ele conquistou com o Seu Sangue, e que por ele o derramou.
(Canção nova)
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